quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Análise de Caso Antético: Clodovil Hernandez


No ano de 2006, o deputado federal Clodovil Hernandes (PTC-SP), figura pública, não só pelo seu cargo político, mas também por sua atuação no meio artístico e de comunicação (com numerosos trabalhos na televisão e no rádio), deu uma entrevista a rádio Tupi, na qual alegou a “manipulação” do holocausto e dos ataques de 11 de setembro, pelos judeus e pelos americanos, respectivamente.
            "Evidente que foi (armado) pelos próprios americanos, não seja idiota, é como o Holocausto, você acha que não tinha nenhum judeu manipulando isso por debaixo do pano? Mas isso não significa que eu esteja falando mal de nada." – disse o deputado.
 Clodovil disse também à rádio carioca que existe um "poder escuso, que está no subsolo das coisas". "As pessoas são induzidas a acreditar. Quando houve aquele incidente com as torres gêmeas lá não tinha americano nenhum e nem judeu", afirmou.
Na matéria intitulada “CLODOVIL TENTA RETIRAR DECLARAÇÕES SOBRE HOLOCAUSTO” disponível no site G1, Clodovil negou que deu a declaração desse modo e aduziu que não seria um "imbecil de falar dessa forma". Ainda nessa matéria, há a declaração do presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, rabino Henry Sobel sobre o assunto:
"É uma provocação, é uma ofensa, reflete ignorância histórica. (Serão acionados) todos os canais com o governo federal e se necessário até o presidente da República”. 
Segundo o portal g1, “O rabino não aceita a alegação de Clodovil de ter sido mal interpretado. "Se for mal interpretado, melhor ainda. Ele é responsável por aquilo que falou. Isso não diminui a responsabilidade dele", afirmou.”
A postura do deputado diante de um meio de comunicação foi antiética, pois sua expressão de opinião foi veiculada sem bases verídicas e fundamentadas e em um momento inoportuno, isto é, suas declarações são meramente especulativas, decorrentes de um “achismo” e que, por esse motivo, ofendeu claramente aos grupos culturais dos judeus e dos americanos. Vê-se claramente que o deputado não refletiu sobre suas declarações antes de expô-las e agiu sem o devido comedimento.
Esse tipo de opinião deve ser delicadamente tratado, pois envolve o sentimento de comunidades culturais diversas. Tais declarações podem desrespeitar seriamente os grupos-alvo, pois podem macular suas identidades étnicas e religiosas, devendo, portanto, serem tratados cautelosamente.
Ademais, essas críticas ou teorizações devem sempre vir fundamentadas em dados objetivos e veiculadas a um público especializado, segmentado, numa esfera propícia as suas apreciações, como debates, programas estudantis, documentários, entre outros.

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